Cozinha da grega

Uma opção para a Ceia de Páscoa é o Fricassé. Trata-se de um prato preparado com carne, verduras e molho avgolémono e seu visual é muito semelhante ao da Magiritsa. Eu prefiro o Fricassé. A receita original usa alface romana (μαρούλη) mas minha mãe experimentou fazer com escarola (αντίδι) e ficou sensacional. A partir daí, temos Fricassé com escarola em todas as ceias de Páscoa. E em outros dias do ano também... Fricassé (Fricassê) Φρικασέ Guisado de carne e escarola Ingredientes: 2 kg de contrafilé cortado em cubos grandes 5 maços de escarola (ou alface romana) cortada em tiras de 3 dedos de largura 1 maço de cebolinha fresca cortada grosseiramente 1 maço de salsinha cortada grosseiramente 1 cebola grande picada Azeite 1 colher de sobremesa de sal Ingredientes do avgolémono: 2 ovos Suco de 1 limão grande Modo de preparo: Numa panela de pressão, aqueça o azeite e refogue a carne. Refogue um pouco de cada vez para não soltar água. Quando estiver refogada, adicione a cebola e

Em toda a Grécia e em muitos países onde existe uma comunidade grega, é tradicional a comemoração do Domingo de Páscoa com um Panigiri (panighiri) que é uma festa popular ao ar livre. Em todas as cidades há festas onde o prato principal é o carneiro assado na brasa além de pratos da culinária grega tradicional como o kokorétsi que é um tipo de linguiça feita com de intestinos recheados com os miúdos do carneiro (cérebro, fígado, etc.), como o tsouréki (tsuréki) que um pão doce típico de Páscoa, koulourákia (kulurákia) que são biscoitos de vários tipos e outras comidas tradicionais. Depois de 40 dias jejuando, não comendo nenhum tipo de derivado animal, a festividade começa (aqui falo apenas da comilança) com a ceia de Páscoa que é servida quando todos retornam da missa da Ressurreição com suas velas acessas para trazer a “Luz Divina” aos seus lares. Nesta ceia é servida a Magiritsa, são quebrados os ovos coloridos, e come-se koulourákia (kulurákia) lambriatiká (labriatíká) – biscoitos

Na Grécia, é muito comum o uso de um creme para empanar. Costuma-se empanar berinjelas, abobrinhas, flores de abobrinha, couve-flor, peixes, etc. Como sempre, há diversas receitas mas sempre usam a mesma base, farinha, um líquido que pode ser leite, água com gás, cerveja ou apenas água, ovo e tempero. A receita abaixo serve para todos os tipos de empanados. Kourkouti (kurkuti) Κ ουρκούτι Creme para empanar Ingredientes: 1 xícara de chá de farinha de trigo 1 xícara de chá de leite (ou água com gás ou cerveja ou água) 1 ovo 1 colher de chá de fermento em pó Sal e pimenta a gosto Modo de preparo: Misturar todos os ingredientes até formar um creme homogêneo. Dicas: - Acrescente ervas batidas no liquidificador com um pouco de azeite para dar mais sabor e colorido ao creme. - Use sempre óleo abundante para fritar e retire os respingos a cada nova leva. - Para uso com camarões ou bolinhos de legumes, dilua um pouco mais a massa.

A maior parte das receitas que utilizam bacalhau, na Grécia, vem do Peloponeso. Diz-se que é devido aos ingleses, que vinham à Grecia em busca de uvas passas no passado, utilizarem o bacalhau como forma de troca, e o Peloponeso é o local que mais produz uvas passas na Grécia. A mais famosa receita de bacalhau é, com certeza, o Bacalhau com skordaliá. Isto se deve ao fato de que durante a quaresma cristã ortodoxa só é permitido o consumo de peixes duas vezes, no dia da Evangelização ( του Ευαγγελισμού ) e no Domingo de Ramos ( των Βαΐων ). O dia da Evangelização é o mesmo dia em que se comemora o dia da Independência da Grécia, 25 de março, que é uma data muito comemorada por todos independentemente da religião. Como as cidades e vilas mais distantes do mar não tinham peixes frescos, utilizavam o bacalhau salgado - de fácil conservação e barato - e assim o costume foi sendo introduzido. Então, nestes dois dias, no dia 25 de março, Independência da Grécia, ou dia da Evangelização ( του

A skordaliá é um creme de alho que pode ser feito com batatas, com pão amanhecido, com nozes ou com amêndoas. A skordaliá é utilizada como prato principal tendo como acompanhamento peixes empanados (mais usualmente o bacalhau), legumes empanados como berinjela e abobrinha, peixes ou legumes cozidos (beterraba, por exemplo) e também pode ser utilizado como patê. A seguir, os diversos modos de preparo começando pelo meu preferido. Skordaliá me patáta (Skordhaliá me patáta) ou Aliáda (alhiádha) αλιάδα Σκορδαλιά με πατάτα Purê de alho e batata Ingredientes: 1 kg de batatas 2 ou 3 dentes de alho (ou mais, a gosto) esmagados Sal Azeite Vinagre de vinho branco ou suco de limão Pimenta branca (opcional) Modo de preparo: Cozinhe as batatas com meia colher de sopa de sal. Escorra as batatas e reserve a água. Amasse bem as batatas e junte o alho. Adicione ¾ de xícara da água reservada e misture bem. Tempere com azeite, vinagre ou suco de limão, sal e pimenta a gosto. Dicas: - Se preferir,

A fassolada é um prato muito comum em toda a Grécia. Quando está frio então, é sem dúvida o preferido. Durante o inverno, os gregos vão às montanhas e lá encontram restaurantes quentinhos, charmosos e muito tradicionais onde o prato mais servido é a fassolada. Há muitos motivos para ser um prato tão servido, o sabor é um deles. Durante o inverno, muitas vezes, as pessoas ficam em casa sem possibilidade de sair por causa das chuvas, da neve, do frio intenso, especialmente nas montanhas e na pequenas cidades e vilas do interior. Nestes locais, é imprescindível ter na despensa mantimentos que durem o inverno inteiro para o caso de ficar incomunicável, sem energia elétrica e todas as facilidades às quais estamos tão acostumados. Aí entra a fassolada. É um prato rico em proteínas, carboidratos, sais minerais, enfim, uma refeição perfeita para quem está passando muito frio e precisa de energia, além de todos os ingredientes serem de fácil armazenamento durante o inverno. Geralmente, nes

Quando se cresce numa família estrangeira tem-se a falsa impressão de viver como todos vivem, comer o que todos comem, quando praticamente tudo é diferente. Nossas refeições eram ao estilo grego, verduras, legumes, carne, frango e peixe uma vez por semana, pão para acompanhar e frutas na sobremesa. Como foi difícil começar a trabalhar e enfrentar o bandejão. No início eu não comia quase nada porque o que era mistura, para mim era o prato principal e quem já passou por isso sabe, a mistura é "regulada" e o feijão com arroz à vontade. Foi assim que comecei a descobrir que o que eu comia em casa não era nem de perto o que os outros comiam. As pessoas que conviviam comigo, mas não me conheciam muito bem, achavam que eu era "esnobe" porque não queria comer feijão com arroz. Na verdade, eu estava começando a me adaptar ao mundo à minha volta. Hoje, eu tento ensinar meu filho a comer como eu comia mas é muito difícil. Ele já está familiarizado com o fast food, com o

Desde criança, meus pais costumavam receber amigos para um bom bate-papo, no estilo grego, claro, com muita discussão, vozes altas e tom de briga, que acabavam num bom jogo de buraco que varava a noite. Era nestas horas que todo mundo pedia para o meu pai fazer tiganites. Ele preparava a massa e minha mãe ia fritando os bolinhos enquanto o jogo continuava. Quando os bolinhos estavam prontos...atacar!!! Não sobrava um. Certa vez, recebi uns amigos em casa e não tinha sobremesa. Resolvi fazer tiganites e eles simplesmente adoraram. Um doce tão simples. Não pensei que faria tanto sucesso. Daí em diante, comecei a fazer para todos os amigos que vêm à minha casa e sempre recebo muitos elogios. Tiganites são bolinhos fritos que lembram os bolinhos de chuva mas são crocantes e não levam açúcar na massa. Eles são doces tradicionais servidos principalmente para as crianças mas que os adultos adoram. Uma das tradições do Natal é servir tiganites na noite da véspera pois todos estão fazendo jejum